COVID 19

UFG usa nanopartículas para combater a COVID-19

Estudo da UFG tenta desenvolver alternativa terapêutica no combate à COVID-19 com a produção de uma nanopartícula que faça o vírus perder a capacidade de invasão celular.


Um estudo da Universidade Federal de Goiás (UFG) propõe o uso de nanopartículas para produzir uma alternativa terapêutica no combate à COVID-19. Esse foi um dos projetos da instituição goiana selecionados no Programa de Combate a Epidemias da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A equipe conta com bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.

As atividades se dão no recém-construído Laboratório FarmaTec, no campus Samambaia da UFG. A estrutura e o projeto são liderados por Eliana Martins Lima, pesquisadora com mais de 25 anos de experiência na área de nanotecnologia aplicada às ciências farmacêuticas. A proposta do estudo, segundo ela, é usar ferramentas nanotecnológicas para produzir uma partícula que mimetize células do organismo, com as quais o novo coronavírus tenha maior afinidade.

“Essa partícula agirá como um decoy (armadilha, em tradução livre), sendo altamente atrativa para o vírus, que, uma vez ligado a ela, perde a capacidade de invasão celular”, explica Eliana, que é professora de nanotecnologia da Faculdade de Farmácia da UFG. “Um desdobramento importante é que essa abordagem poderá servir como uma plataforma tecnológica para produtos semelhantes, mas específicos para diversos outros agentes infecciosos”, continua.

Eliana Martins Lima: pesquisadora da UFG com mais de 25 anos de experiência em nanotecnologia.

Eliana Martins Lima: pesquisadora da UFG com mais de 25 anos de experiência em nanotecnologia.

O projeto é todo realizado pela UFG, mas atraiu pesquisadores de fora do estado. É o caso da mato-grossense Alejandra Sousa, doutoranda em Ciências Farmacêuticas. A cientista fez toda a sua formação pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) até o mestrado. “Vim para Goiânia trabalhar nesse projeto e passo cerca de oito horas por dia no laboratório, mexendo com lipossomas (vesículas invisíveis a olho nu, agentes do processo explicado por Eliana)”, conta. A dedicação exclusiva à pesquisa é viabilizada pela bolsa da CAPES.

Alejandra Sousa veio do Mato Grosso para atuar nas pesquisas de combate à COVID-19.

Alejandra Sousa veio do Mato Grosso para atuar nas pesquisas de combate à COVID-19.

O Programa de Combate a Epidemias é um conjunto de ações de apoio a projetos, pesquisas e formação de pessoal de alto nível para enfrentar a pandemia de COVID-19 e temas relacionados a endemias e epidemias, no âmbito dos programas de pós-graduação de mestrado e doutorado do país.

O programa está estruturado em duas dimensões: Ações Estratégicas Emergenciais Imediatas e Ações Estratégicas Emergenciais Induzidas em Áreas Específicas.

Em três editais, 109 projetos de pesquisa e formação de recursos humanos foram selecionados, com o envolvimento de mais de 1.300 pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras. Os projetos vão estudar temas relacionados a Epidemias; Fármacos e Imunologia; e Telemedicina e Análise de Dados Médicos.

Fonte: Reprodução CAPES - https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/ufg-usa-nanoparticulas-para-combater-covid-19